Não há,em ti,
nada d´original
és a cópia que tudo copia
infeliz rato d´enciclopédia
almejas ser anjo
e és
caído
pardo, leque,
abre,fecha,fecha,abre
tons de cinza
qual é a tua cor?
imitas a cidade
os anjos e os acidentes?
toma cuidado com a tua bicicleta!
a roda...
a roda...
a invenção das invenções
sempre foste guiado
conduzido
será que estás disposto
a aprender?
sabes pedalar?
pedal
ar
a roda...
a roda...
toma cuidado com ela
a invenção
pode salvar-te
sê original
inventa
a cópia
a perfeita
o fogo
nasceu da pedra
invenção rotativa
roda,roda,roda viva,
o copia cópias
não vive
é falsário
da corrente e dos pés
ilude as mãos
sem travões
a queda?
quem vive na cave
pode baixar-se mais?
RaquelCasteloBrum
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Não sou tua,sou nua
se de frio, o mais gélido d´arrepio,
eu me vestisse, tu morrerias à porta
d´enfeite enganador como cinzas rodopiando
no longo glaciar siberiano
mas sou alma temperada em corpo fervente
sou o inverso do teu chapéu de três pontas
és maschera nobile de rastos nas alas palacianas
és desfile d´Os Antigos e d´Os Ardentes
a transbordar nas ruas venezianas
morres no festejo
da mentira com que não me enganas
RaquelCasteloBrum
eu me vestisse, tu morrerias à porta
d´enfeite enganador como cinzas rodopiando
no longo glaciar siberiano
mas sou alma temperada em corpo fervente
sou o inverso do teu chapéu de três pontas
és maschera nobile de rastos nas alas palacianas
és desfile d´Os Antigos e d´Os Ardentes
a transbordar nas ruas venezianas
morres no festejo
da mentira com que não me enganas
RaquelCasteloBrum
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Balada do escreve(perdão, Augusto Gil!)
escreve
escreve
neve
neve
escreve
pesado
pesado
errado
errado
pesado
já pesaste hoje
a neve que escreve?
quanto pesa o errado?
é leve como a balada
errada?
é neve como a tua alma gelada?
vá lá... calibra o fiel
equilibra os pratos
se a justiça fosse justa
se a dama com os olhos vendados
fosse equilibrada
o teu pesado
malvado
seria condenado
à neve
que escreve
RaquelCasteloBrum
escreve
neve
neve
escreve
pesado
pesado
errado
errado
pesado
já pesaste hoje
a neve que escreve?
quanto pesa o errado?
é leve como a balada
errada?
é neve como a tua alma gelada?
vá lá... calibra o fiel
equilibra os pratos
se a justiça fosse justa
se a dama com os olhos vendados
fosse equilibrada
o teu pesado
malvado
seria condenado
à neve
que escreve
RaquelCasteloBrum
Sub-solo
miro de soslaio a cama
lençóis que eu lancei no fogo
queimados na noite das bruxas
assassinam-me os sonhos
assaltam-me o descanso
possuem-me nesta permanente vigília
tenho nojo desta minha raiz
que acolheu o teu caule
quando o sono beijar as minhas chagas
erguer-te-ei uma cave de delírios
para que jamais sossegues
para que encontres
a esquina de todas as outras
espetada na volúpia dos dentes
que de ti se riem
em câmara ardente
RaquelCasteloBrum
lençóis que eu lancei no fogo
queimados na noite das bruxas
assassinam-me os sonhos
assaltam-me o descanso
possuem-me nesta permanente vigília
tenho nojo desta minha raiz
que acolheu o teu caule
quando o sono beijar as minhas chagas
erguer-te-ei uma cave de delírios
para que jamais sossegues
para que encontres
a esquina de todas as outras
espetada na volúpia dos dentes
que de ti se riem
em câmara ardente
RaquelCasteloBrum
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